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sábado, 19 de dezembro de 2009

Natal às fatias

O Natal é como o problema das Alterações Climáticas: toca a tudo e a todos; é universal. Mas é diferente, o Natal não é um problema, como são as alterações climáticas (que até já fazem cimeiras em Belém com bolinhos e orquestras no Tratado de Lisboa). Então, a ideia de universalidade do Natal é um tanto ou quanto desaprovada no que toca ao nosso país, onde há cidades que festejam mais a quadra festiva que outras, que se resumem às iluminações e pouco mais.

Se olharmos para as cidades portuguesas, do norte ao sul há diferenças notórias entre o investimento dado por cada uma à quadra que reúne as famílias. Em Torres Vedras, por exemplo, a autarquia organizou um pólo atractivo de visitantes, inspirado nos motivos festivos: há casa do Pai Natal, há pista de gelo natural com 560 m2, há insufláveis, há de tudo um pouco para agradar a toda gente (porque os adultos não vão fazer pinturas faciais e vão comer no restaurante, que também lá há). Por aqui logo se vê que foi dada importância ao Natal. Já o que se passa noutras cidades… não é bem o mesmo. Digamos que o Natal chegou mais “pobre” ou as autarquias não o souberam “esmiuçar” de forma a obter lucros em vez de prejuízos, pois mais vale ter um centro histórico animado, do que luzes a acender às 6 da tarde com as lojas a fechar às 5.

Mas à crise aliam-se as populações fracas de espírito festivo e tão queixosas da pandemia (e do Sócrates). Há, por isso, que apostar e arriscar para ver que, afinal, comprar uma árvore de natal gigante para pôr na Praça do Bocage, em Setúbal, não era mau pensado, junta à música ao vivo (que, obviamente, não poderia ser da Mónica Sintra). Façamos agora uma comparação final entre algumas cidades do país: em Lisboa existe a Árvore de Natal ZON que, na capital, por estes dias atrai milhares de pessoas. Em Setúbal temos a árvore de natal… no Jumbo, com umas renas mecanizadas que só mexem a cabeça da esquerda para a direita.

Em Óbidos, na Vila Natal, há neve artificial e duendes; em Setúbal nem há neve durante uma vaga de frio nem tão pouco há duendes, por isso, quanto muito homens do lixo.

Em Leiria, a aposta focou-se no comércio, e, imagine-se, em Setúbal as iluminações acesas toda a noite só atraem pessoas até às 7 da tarde, porque a loja da Mango entretanto fechou. Para finalizar, e porque Setúbal tem também Natal, cá, temos autocarros a deitar fumo do escape e na baixa de Almada as pessoas têm um comboiozinho eléctrico. Qual é a diferença? De comboio não poluente para paralelepípedo corroído rolante.

Defeitos à parte, e sem querer agora denegrir a cidade, deve ser dado valor ao esforço feito pela CM. O presépio renovado da rotunda de Portugal e as iluminações em novas artérias da cidade são de louvar. O Natal, às fatias ou em dose completa, alegra tudo e todos.

Dizimar o bacalhau

Na mesa da consoada dos portugueses não pode nunca faltar o bacalhau, que é um marco da gastronomia da típica quadra festiva. Isto porque em Portugal não há muito o hábito do peru, como nos EUA, que, para compensar, comem perus a toda a hora. E assim é: bacalhau no forno, bacalhau com natas, bacalhau espiritual… há muita variedade, não só no Natal como durante o ano inteiro.

Imagine-se pois que, enquanto as avós se entretinham na cozinha a confeccionar as iguarias para a noite de Natal em família, o bacalhau estava a entrar em extinção. A reacção? “Quero lá saber.” Pois é. Só quando restar meia dúzia destes peixes nos mares da Noruega, é que os portugueses e os outros países se vão aperceber que, afinal, o bacalhau estava em fins de vida graças a nós. Isto vem de há muitos anos. A QUERCUS (que mete o dedo em tudo) não se cansa de alertar, nem a ASAE larga os supermercados, nesta altura em que crescem as preocupações com as comezainas que se querem variadas.

A extinção do bacalhau é um assunto sério, mas enquanto nós virmos os peixes à venda na bancada do Jumbo ou nos pacotes da Pesca Nova não nos vamos preocupar. Os portugueses são assim: só às últimas das últimas é que fazem as coisas e se preocupam (por isso é que o Colombo enche no dia 24 de Dezembro, porque as presentes ainda se vão comprar ou então um foi esquecido).
Em suma, o bacalhau vai escasseando, por isso fiquem com este título jornalístico.

“Bacalhau acaba em 2048!


Até lá, coma quanto quiser que não fará diferença.


É só menos um a nadar. Multiplique por milhões de casas”

Assustados? Nem eu. Comam! Bacalhau há muito! Feliz Natal!

A crise e a pandemia natalícias

Quem pensa que é apenas a crise económica a condicionar o Natal desengane-se, porque a pandemia da Gripe A também mete as suas colheradas.

Agora os noticiários passam em nota de rodapé umas frases a dizer que o Pai Natal já não dá beijinhos às crianças e que ainda por cima lava as mãos de hora a hora. Coitado, logo aqui se percebe os efeitos de uma gripe no dia-a-dia do comércio: o beijinho do Pai Natal na fotografia do shopping já não se concretiza. Resultado: as crianças já só lá vão para se sentarem ao colo do “barbas farfalhudas” e para, em vez de bombons, receberem um KIT Gripe A que está no saco vermelho. De resto… tudo é um perigo para a saúde decretado pela DGS.
E agora vejam todas estas medidas preventivas e altamente anti-tradicionais, aliadas ao bicho da crise alimentada pelas taxas de desemprego. Para além de as compras já não serem boas e de os comerciantes já se andarem a queixar, as tradições natalícias dos centros de consumo da época já nem tão pouco se vêem.

Isto até faz lembrar um pouco a notícia dos 5 navios cruzeiros que atracam todos os dias na Madeira, carregados de turistas. Todavia, quando a televisão lá foi entrevistar os comerciantes, a resposta não foi “temos as lojas a abarrotar”, mas sim “os turistas passam mas não entram e às vezes nem se dá por eles”. Sendo assim, uma coisa é certa: ou o instituto das estatísticas tem as contas mal feitas e afinal já não desembarcam na Madeira milhares, ou então o comércio regional já não atrai clientela.

Por último, surgem ainda notícias de que nem todos os brinquedos são seguros tanto para crianças como para adultos. As peças pequenas podem ser ingeridas, as arestas afiadas podem cortar e os plásticos podem sufocar os menores. Mas é natural, dado que os brinquedos são feitos na China e depois distribuídos por cá em quantidades industriais. E variedade os pais têm muita! Até já há brinquedos no TOP!

Mas este Natal já não é o que era. Vai agravando-se com outras

coisas. Gripes, crises e alertas da PROTEST… são mais as preocupações materialistas que as tradições familiares.

Plastificar o Natal

Grandes, pequenos, farfalhudos ou compridos, cores-de-rosa, brancos, pretos ou dourados, por fim verdes… há toda uma miscelânea de pinheiros de natal à venda nas lojas já cheias pelas típicas correrias da quadra festiva.


Mas é, ao mesmo tempo, um mau exemplo: desde quando é que os pinheiros nascem, nas montanhas tipicamente americanas com neve fofinha, amarelos ou até mesmo pretos? Dir-se-ia, neste caso, que tinha havido defeito de fabrico, ou então que era uma mudança nos genes que tinha provocado a alteração súbita de cor nas folhagens do pinheiro que, para sua grande sorte, iria mais tarde encontrar uns irmãos afastados postos de plantão nas montras da “CASA” ou então da “ZARAHome”. Enfim, os pinheiros que as pessoas compram já só podem ser sintéticos, de plástico, porque os verdadeiros não podem ser vendidos para evitar os incêndios nas habitações (diz a QUERCUS). Par além do mais, teriam de ser arrancados dos terrenos, o que seria automaticamente reprovado pelas associações ambientalistas que nesta altura do ano cuscam tudo e supervisionam à procura de falhas que comprometam a estabilidade do ambiente e do planeta (porque com menos um pinheiro na terra, a Terra pode descair para o lado com menos peso).

Depois, os pais-natal duvidosos, que se metem à porta ou a tentar trepar a janela (porque eles são gordos), também dão que falar no que toca a plastificações. Aí, as tentativas de “bonequificação realista” saem falhadas, logo quando se fabricaram os pés com botas pretas que são deficientes e acolchoadas.
A juntar a isto a neve, que, como se sabe, só é verdadeira quando cai mesmo das nuvens, caso contrário, se virmos flocos no ar, ou é o nosso vizinho que está a barbear-se na varanda, ou então estamos mesmo a delirar.

Há uma tendência crescente para plastificar o Natal. Vai dos laços das caixas dos presentes às pratas dos bombons que comprámos em fim de prazo na feira do Jumbo. Se fundíssemos tudo o que era de plástico, daria poços de petróleo para enriquecer o Mundo no Natal que viesse.

O perigo iminente

Numa altura em que certos casos polémicos, nomeadamente escutas, e outros tantos embargos tendem a ser escondidos da vida pública, surgiu uma notícia, que, para variar, não é de coisas boas no nosso país: as pontes e viadutos podem cair. Desengane-se por isso aquele que pensou que em Portugal as estradas eram viáveis, visto que na verdade elas têm apenas duas facetas: contribuir para as estatísticas reveladoras das mortes nas estradas portuguesas (que a SIC e TVI fazem questão de focar com imagens traumáticas), e, agora mostrado, promover a desconfiança dos cidadãos assim que passam de carro numa ponte ou viaduto português (duvidoso, portanto).


Mas vamos ao que interessa. Vejamos os números: 170 pontes e viadutos têm problemas estruturais, dos quais 20 precisam de intervenção imediata. Quando a EP foi fazer as vistorias, ou pensava que as pessoas não davam conta, ou então que as pontes não estavam assim tão más. No entanto, se recuarmos a uns anos atrás, devemo-nos muito bem lembrar da tragédia da “Ponte entre os Rios”. Morreu muita gente, caíram carros à água, e tudo isso despoletou numerosas e variadas inspecções às estruturas (porque é preciso haver um desastre para cá se admitir que as coisas têm de ser reparadas, como foi também o caso da Praia Maria Luísa, no Algarve, onde um pedaço de falésia esmagou meia dúzia de pessoas). Após alguns dias, andavam a inspeccionar as praias do norte ao sul do continente, nem que fosse para ver se alguma pedrinha de 5 gramas podia resvalar por um montinho de areia.

Mas, meus amigos, o que é certo é que as pontes e viadutos, quer pedestres ou rodoviários, necessitam mesmo de obras urgentes. E algumas dessas vistorias apontaram para o IP3, onde pode haver segmentos que ao fim destes anos acabem por ceder. Mas acalmem-se, porque um senhor muito bem vestido da empresa EP garantiu aos portugueses que, na maioria dos sítios, o risco não está eminente, podendo nós continuar a circular por lá. Mas eu não acredito, porque quando eles dizem isso, é porque já não vão no seu Mercedes, vão de helicóptero.

Digam lá, então, o que é que não cai, não se afunda nem colapsa neste país?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Especial Natal




Nesta quadra festiva que reúne toda a família, nada melhor que umas boas notícias natalícias para animar o espírito!
Assim, o VIP'sblog preparou-se para a quadra e os artigos críticos festivos estão na ordem dos dias... até ao FIM do ANO!
Feliz Natal e Boas Festas com VIP'sblog.


domingo, 6 de dezembro de 2009

Hoje em dia tudo é mini

Nos dias que passam (eles já não correm, estão demasiado gordos) há muitos pretextos que fazem com que na sociedade em que vivemos as coisas encolham, senão reparem. Há umas semanas, íamos a um café lanchar, pedíamos um leite achocolatado da UCAL e um donut’s, já babados de ver tanto açúcar no bolo. Mas esse donut’s era grande, fofinho, mau hábito, também, mas acabávamos por comê-lo. Agora não. Agora vamos a uma mercearia e pedimos um pacote da Mimosa Bem-Estar de leite branco com cálcio para os ossos, e para acompanhar compramos um donut’s-mini, ou seja, enriquecemos a empresa que há muito anda a inventar donut’s disto e daqueloutro… maltratando o nosso próprio estômago. E tudo isto na alimentação.

Então, actualmente temos: mini-saias, livros de bolso, donut’s-mini, mini-tralhedo-de-brincar, mini-cd’s (as PEN’s), mini-chocolates, cafés curtos e mini-prendas, mini férias… mini-tudo! Até o tempo de que dispomos tem tendência a diminuir, já sem pensar nas roupas que encolhem nas máquinas vendidas cada vez mais a preços baixos. Saímos à rua, “- Olha a mini-bola-de-berlim!”, liga-se a TV e “o micro-crédito tem mais aderentes”. Como vemos, muita coisa de “piquena” e média dimensão nos envolve, assim que damos um passo por cima do tapete, comprado no “Mini-Preço” ou no “Pingo Doce”, que por sinal não é gota nem tem doce algum...
Vejam só que até nas férias nos cortam o lazer! Mini-férias, aquela pobreza onde só quem pode usufrui do fim-de-semana (que só tem 2 dias) adicionado aos feriados de Dezembro muito mal metidos às terças. E mesmo os que vão, vão para mini-apartamentos em mini-destinos tropicais de uma só palmeira com 3 cocos.
Temos de ter cuidado, qualquer dia as pessoas encolhem! E depois?