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sábado, 19 de dezembro de 2009

Plastificar o Natal

Grandes, pequenos, farfalhudos ou compridos, cores-de-rosa, brancos, pretos ou dourados, por fim verdes… há toda uma miscelânea de pinheiros de natal à venda nas lojas já cheias pelas típicas correrias da quadra festiva.


Mas é, ao mesmo tempo, um mau exemplo: desde quando é que os pinheiros nascem, nas montanhas tipicamente americanas com neve fofinha, amarelos ou até mesmo pretos? Dir-se-ia, neste caso, que tinha havido defeito de fabrico, ou então que era uma mudança nos genes que tinha provocado a alteração súbita de cor nas folhagens do pinheiro que, para sua grande sorte, iria mais tarde encontrar uns irmãos afastados postos de plantão nas montras da “CASA” ou então da “ZARAHome”. Enfim, os pinheiros que as pessoas compram já só podem ser sintéticos, de plástico, porque os verdadeiros não podem ser vendidos para evitar os incêndios nas habitações (diz a QUERCUS). Par além do mais, teriam de ser arrancados dos terrenos, o que seria automaticamente reprovado pelas associações ambientalistas que nesta altura do ano cuscam tudo e supervisionam à procura de falhas que comprometam a estabilidade do ambiente e do planeta (porque com menos um pinheiro na terra, a Terra pode descair para o lado com menos peso).

Depois, os pais-natal duvidosos, que se metem à porta ou a tentar trepar a janela (porque eles são gordos), também dão que falar no que toca a plastificações. Aí, as tentativas de “bonequificação realista” saem falhadas, logo quando se fabricaram os pés com botas pretas que são deficientes e acolchoadas.
A juntar a isto a neve, que, como se sabe, só é verdadeira quando cai mesmo das nuvens, caso contrário, se virmos flocos no ar, ou é o nosso vizinho que está a barbear-se na varanda, ou então estamos mesmo a delirar.

Há uma tendência crescente para plastificar o Natal. Vai dos laços das caixas dos presentes às pratas dos bombons que comprámos em fim de prazo na feira do Jumbo. Se fundíssemos tudo o que era de plástico, daria poços de petróleo para enriquecer o Mundo no Natal que viesse.

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