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sábado, 7 de novembro de 2009

Férias em Setúbal... com Programa Polis!

Nos dias que correm, em resultado de uma sociedade cada vez mais acelerada (e gorda), é já certo dizer que cada vez que temos algum tempo livre, o passamos a descansar. A descansar, nas compras, ou a enfardar no McDonald’s. Prova disso são as enchentes nas praias (e no McDonald’s), os passeios no Parque do Bonfim e outras caminhadas, quando nos brinda o bom tempo. E de facto dispomos de belezas inigualáveis, como é o caso da Serra da Arrábida (negra) banhada pelo Rio Sado, com os seus golfinhos (já em número reduzido, infelizmente, e muito assustadiços).
Esta reportagem tem por isso como objectivo divulgar aos cidadãos o que fazem os (outros) setubalenses, nos seus tempos livres, ao Sol, sem ser apanhar escaldões e ler revistas com a Maya vestida de trajes menores (deitada na capa).

A realidade portuguesa não se resume a “praias”, “belezas naturais” nem apenas a “descanso”. Na verdade, resume-se a “crise”, “mentiras” e “Sócrates”. E é claro que não; aliás, em Portugal é muito raro e difícil essas três coisas (as “praias”, as “belezas naturais” e o “descanso”) aparecerem juntas ao mesmo tempo. Vejamos: passar férias em Setúbal não é fácil. Não temos museus nem nada que o valha (porque o Museu do Trabalho não conta, sendo que está enfiado no topo do Quebedo onde nunca há lugar para o carro), nem contando com a Biblioteca Municipal – que nem é museu – e que tem carradas de livros, desactualizados e poeirentos.
Depois, não há o melhor, que são os centros comerciais. Temos sempre a baixa, mas tendo em conta que com o calor as pessoas desmaiam nas ruas… e que com frio a rede eléctrica vai abaixo por sobrecarga dos aquecedores, digamos que a baixa não é o melhor centro de compras. Como solução tínhamos a Aranguês, que actualmente só tem cafés e lojas fechadas, e outras que abrem às quintas.

Ainda querem que diga mais?
Sem lojas e sem museus, temos os jardins. Ah, mas aí há outros problemas. No Bonfim há um tanque (perdão, um lago) que até nos refresca do calor, mas só refresca quando passamos a 3 centímetros da água (estagnada), que no caso das crianças é perigoso. E depois temos a beira-mar, que como indica o nome está à beira do mar. Para nos podermos sentar nos poucos (e deteriorados) bancos que lá estão… é preciso escolhê-los a dedo para evitar os rasgões (e as manchas de chichi ou de outra bodega qualquer) nas nossas lindas calças compradas em saldos na Mango.

Sem jardins, sem compras e sem museus, vamos ver se há actividade nocturna e cultural.
A primeira é muito difícil de arranjar. Actividade já há pouca e nocturna nem vê-la. Os bares estão todos fechados em plenas quintas à noite, em mês de Agosto. Segundo me contaram, o Bar “Três Quinze Dias” nem aberto nem fechado (pois claro, se só abre de três em quinze dias!) e outros tantos que tais, dos quais não me recordo, também nem vê-los lá com pessoas. E o que fazemos nós, sem bar que nos sirva? Vamos para a pastelaria do Jumbo pedir queques com café?! Depois a actividade, que como disse já é escassa na nossa cidade.
Por mais que tentem não a encontram, nem indo ao Parque Urbano para ver velhinhos a fazer fitness. Bem, mas é fácil arranjar, disso não há dúvidas: metam-se na avenida e tentem passar os cruzamentos com semáforos desligados para verem se não correm… Correm e não é pouco! (E se não corressem, digamos que iam parar à maca, o que não era nada agradável, a começar pelas comidas embaladas do hospital).



Por fim (que isto já está a fartar de não haver nada) as vidas culturais, digam-se de passagem; nulas, por cá.
Os museus são poucos e os granditos (com cerca de 1 andar) vêem-se em meia-hora; só o trabalho de lá ir deixa-nos a suar em bica... Só para não falar do Fórum que está todo esventrado e não há meio de andar p’rá frente com tanta obra e obrita que lá querem fazer: eles são salões, eles são cafés, eles são terraços, eles são centros de exposições, eles são TANTO tralhedo que com TANTO projecto não há dinheiro que chegue!
E diga-se, que quando eu falo digo de tudo! Mesmo se o Fórum estivesse a funcionar, a cultura na cidade nunca havia de andar!



Como se constata, nesta cidade não há assim muito que se faça nas férias (sem ser ir ao Jumbo e vasculhar nas caixinhas promocionais de “1€” coisas que já na semana passada estavam lá); ou então ir lá para ver um filme nos cinemas - que enchem porque não há mais sítio onde ir.
As pessoas vão todas para lá e depois são as bonitas: as empregadas dos bilhetes ficam fulas (e não é com o azeite), depois as empregadas do bar dormem porque não vai lá ninguém e vai tudo para as pipocas… que têm uma pessoa a servir tudo e a vender os bilhetes. São umas bichas que chegam ao restaurante do Self-Service! E depois ainda vêm com crises daquilo e crises daqueloutro.



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