Veio então a Gripe Aviária (oriunda dos Frangos da Guia constipados) que pôs tudo nas casas de banho. Era ao almoço, ao jantar, ao lanche… Era tudo a lavar as mãos como se não houvesse amanhã! Imaginem: ia uma senhora ao Jumbo, pega no pacote do frango e pensa para consigo: «Ai que nojeira! Alguma vez um frango me vai infectar! Vou já lavar as mãos!». Depois a estirpe da gripe evoluiu e passou das aves para os porcos (tudo isto em escassos anos de evolução). Aí o caso mudou para Gripe Suína. Para além das 3 vezes diárias de lavagem das mãos, os portugueses começaram a fazer lavasquices 4 vezes por dia! Era lavar, lavar, lavar.
Mas só depois, quando a gripe mudou de genes, é que a situação piorou. Um engripado espirrou no hospital, o vírus saltou pela janela e foi cair em cima de uma galinha. A bicharoca, coitadita, assustada, cambaleou até um porco e espirrou! Vai daí, vem o tratador dos animais que espirra para cima do porco, que volta a espirrar na galinha, que volta para espirrar num humano. Canja e caldo verde! Pouco bastou para a gripe se espalhar. Mas mesmo assim, as mãos dos portugueses continuavam sujas.
Veio então a Ministra Ana Jorge que decretou que «todos tinham de passar a lavar as mãos», e assim foi.
Num inquérito, 92% das pessoas admitiu ter mais cuidados de higiene, tudo por causa de uma gripe duvidosa e de nome muito curto, A, que não passa dos papéis expostos nas casas de banho públicas, nos restaurantes, cinemas e em todo o tipo de sítios que possamos imaginar (mas que tenham lavatório e torneira, obviamente).Ah, e a parte mais gira é que depois de lavarmos muito bem as mãos como eles lá dizem e de chegarmos finalmente ao passo «agora as suas mãos estão limpas e seguras», temos de tocar na maçaneta da porta do wc para sairmos. Lá se sujam outra vez. Qualquer dia já nem há nada para lavar, tal não são as vezes em que lavamos as mãos a cada dia que passa. «Vais à casa de banho fazer o quê? Lavar as mãos?
-…Já não as tens!».
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